Citado por historiadores como o pai da fotografia moderna, Atget (1857-1927) influenciou o surrealismo e dezenas de fotógrafos como Walker Evans, Lee Friedlander, Berenice Abbott, Brassaï e Henri Cartier-Bresson. O fotógrafo e artista plástico Man Ray era seu amigo e sempre o ajudava comprando e publicando suas fotos.
Atget foi ator de teatro e passou pela pintura antes de comprar uma máquina e começar a fotografar Paris. Durante 25 anos, documentou os prédios e os cantos das ruas parisienses. Foi sistemático na documentação de temas urbanos e essa catalogação sempre mostrava cenas vazias, bairros antigos e decadentes, contrastando com a Paris em desenvolvimento do começo do século XX. Por míseros centavos, Atget vendia boa parte das suas fotos para colecionadores e pintores que as usavam como referência. Sempre usando sua velha câmara de madeira, que produzia negativos de 18×24 cm.
Atget |
Rua Oblin, |
Rua de St. Honore, Paris – 1906. |
Rua Tiquetonne, Paris – 1907. |
Rua de la parcheminerie, Paris - março 1913, após a demolição. |
A série de fotografias de vitrines de Atget denuncia uma forma de alienação constitutiva dos tempos modernos: o consumo, o excesso. Surplus. Pousar o foco no vidro, ou além deste, subverte a cena e instaura uma confusão entre o consumidor e a coisa consumida. É bem conhecida a maneira como Atget evitava fotografar a burguesia francesa. As raras capturas dessa classe se dá através de seus simulacros manequins.
A maioria de seus negativos pertence ao acervo da Bibliothèque Nationale de France ou ao espólio da fotógrafa americana Berenice Abbott (1898-1991).
Paris: Eugène Atget, Taschen ( reúne toda a obra publicada em vida por Atget).
Nenhum comentário:
Postar um comentário