terça-feira, 9 de julho de 2013

Barbara Kruger



"Theodor Adorno pode rolar no túmulo o quanto quiser: hoje a cultura de massa é a medida de nosso tempo. Venha de onde vier – televisão, jornal, outdoor, propaganda, novela das oito, Internet – uma informação nova chega ao nosso cérebro a cada centésimo de segundo para convencer, mostrar (ou esconder) e, sobretudo, vender. Qual o lugar reservado à "verdadeira arte" no meio deste balaio? Alguns artistas puristas até tentaram cortar os pulsos, mas outros mais flexíveis viram que arte e cultura de massa podem se misturar, transformando antigas formas de ver e sentir. Ou ainda, viram a própria massificação como objeto de sua arte. Vide as Campbell’s de Warhol ou as HQs de Lietchenstein" (BARBARA Kruger. Quando ouço a palavra cultura, já pego meu talão de cheques: as bofetadas de Barbara Kruger).


Barbara Kruger nasceu em Nova Jersey, em 1945, seu trabalho mistura imagens publicitárias com frases de efeito, aproximando-se dos anúncios publicitários e campanhas de propaganda política. Questiona o tênue limite ente a arte e a provocação, o anúncio e o poder.

Ela utiliza fotografias retiradas da televisão, filmes, jornais e revistas como matéria-prima e, posteriormente, interfere sobre esse material, recortando, aumentando, distorcendo-o. As cores são poucas: preto, branco e vermelho, mas, mesmo assim, revela-se visualmente bastante atrativo.

O trabalho de Kruger busca criar uma relação, por meio de pronomes, com o espectador de sua obra, como se este fosse, de fato, o consumidor de sua mensagem, tal qual um anúncio publicitário.

“Compre-me. Eu vou mudar sua vida”, “Quando ouço a palavra cultura eu saco meu talão de cheques”, “Amor à venda”, “Suas manias tornam-se ciência”, “Seu conforto é meu silêncio”.

Kruger se utiliza dos próprios veículos e meios de comunicação de massa para divulgar seu trabalho, como outdoors, metrôs, camisetas, caixas de fósforo, pôsteres, sacolas. Neste caso, a cultura de massas e o consumismo que ela tanto critica são aliados fortes para a divulgação do seu material.

A artista trata o espaço público, a representação social e a linguagem na qual intervém tanto como um alvo quanto como uma arma. Nesse caso, ainda segundo Hal Foster, “o artista se torna um manipulador de signos mais do que um produtor de objetos de arte; e o espectador, um leitor ativo de mensagens mais do que um contemplador passivo da estética ou o consumidor do espetacular”

FOSTER, Hal. “Signos Subversivos”. In Recodificação. São Paulo: Casa Ed. Paulista, 1996.





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