domingo, 13 de dezembro de 2015
domingo, 22 de novembro de 2015
sábado, 21 de novembro de 2015
terça-feira, 10 de novembro de 2015
sábado, 24 de outubro de 2015
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
o nosso amor a gente inventa...
Rua Sete de Setembro, Vitória ES |
"O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
e o meu, poesia de cego
você não pode ver..."
Centro , Vitória ES |
Centro, Vitória ES |
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quarta-feira, 30 de setembro de 2015
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
foi... já era...
Pixação muro de condomínio em Jardim da Penha Vitória ES |
Se há um conceito que eu gosto na arte de rua é a sua perenidade
... quando a arte ousou sair do Museu tornou-se, por consequência, “pública”. A
adoção dos espaços públicos imprime novas questões: a imperceptibilidade da
obra de arte como tal, o artista-anônimo, a efemeridade da obra e a sua
dissolução na cidade. A obra, antes substantivo/objeto, constitui-se agora como
verbo/processo, uma vez que a relação entre a arte e o lugar não se dá mais
pela permanência física, mas pela experiência da impermanência...
Há, na arte de rua, a percepção de uma data de validade. Há a
noção de que somos todos substituíveis, finitos. Há uma sugestão do nosso tempo
atual em que as pessoas não idolatram obras de pintores...
Ou não... tem sempre
alguém $$$ querendo quebrar o muro e levar um Banksy para casa...
É preciso romper com a ideia original de que “remover o trabalho
é destruir o trabalho”... O artista utilizou a “linguagem da cidade” para provocar o exercício da
reflexão num público anestesiado. Por que o próprio artista deseja manter a
“aura” do objeto por ele produzido?
À rua é preciso propor... nada mais... Não devemos corrigir o
pedestre-espectador, nem mudar seu ritmo, que deve continuar com o trato da
paisagem cotidiana...
A obra
desencadeia, não limita... como afirma
Duchamp “é o espectador quem faz a obra”. O significado de uma obra de arte
reside não na sua origem, mas na sua destinação...
terça-feira, 15 de setembro de 2015
sábado, 12 de setembro de 2015
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
o verbo no infinito...
O verbo no infinito
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...
Vinicius de Moraes Livro de sonetos.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
neurose...
(O Trágico dilema)
Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.
Mário Quintana
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
quarta-feira, 22 de julho de 2015
domingo, 12 de julho de 2015
Consumindo a vida...
Zygmunt Bauman, sociólogo polonês,
no livro “Consuming life” analisa a sutil e gradativa transformação das pessoas
em mercadorias. A própria subjetividade vira mercadoria.
“A ‘subjetividade’ do sujeito, e a
maior parte daquilo que essa subjetividade possibilita ao sujeito atingir,
concentra-se num esforço sem fim para ela própria se tornar, e permanecer, uma
mercadoria vendável” (Bauman, 2008, p. 20).
Bauman examina ainda o impacto da
conduta consumista em diversos aspectos da vida social: como a despolitização
da esfera pública, a substituição do cidadão pelo consumidor, e a crescente
individualização da identidade.
“Numa sociedade de consumidores,
tornar-se uma mercadoria desejável e desejada é a matéria de que são feitos os
sonhos e os contos de fadas” (BAUMAN, 2008, p.22).
O artista canadense I Heart espalhou pelas rua de Vancouver uma
série de stencils críticos sobre a obsessão pelo mundo virtual.
I Heart |
I Heart |
I Heart |
Bauman, Zygmunt. A Vida para o
consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2008.
segunda-feira, 15 de junho de 2015
terça-feira, 9 de junho de 2015
quarta-feira, 3 de junho de 2015
domingo, 31 de maio de 2015
cidades invisíveis... sujeitos invisíveis...
sexta-feira, 15 de maio de 2015
... pensa que sou eu?
O olho da rua vê
o que não vê o seu.
Você, vendo os outros,
pensa que sou eu?
Ou tudo que teu olho vê
você pensa que é você?
(LEMINSKI, 1990)
quarta-feira, 13 de maio de 2015
quarta-feira, 6 de maio de 2015
vemödalen...
Vemödalen: frustração de fotografar algo sensacional...
quando milhares de outras fotos iguais já existem...
sábado, 28 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
... debaixo da ponte...
Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás, porque luz e gás não consumiam. Não reclamavam contra falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da ponte, podiam dar esse endereço a amigos, recebê-los, fazê-los desfrutar comodidades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um
amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente morava: nem só a
ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos
confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia;
a cavidade na pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo,
principalmente o ar da rua. O que morava não se sabe onde vinha visitar os de
debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de carne.
Nem todos os dias se pega uma posta
de carne. Não basta procurá-la; é preciso que ela exista, o que costuma
acontecer dentro de certas limitações de espaço e de lei. Aquela vinha até
eles, debaixo da ponte, e não estavam sonhando, sentiam a presença física da
ponte, o amigo rindo diante deles, a posta bem pegável, comível. Fora
encontrada no vazadouro, supermercado para quem sabe frequentá-lo, e aqueles
três o sabiam, de longa e olfativa ciência.
Comê-la crua ou sem tempero não
teria o mesmo gosto. Um de debaixo da ponte saiu à caça de sal. E havia sal
jogado a um canto de rua, dentro da lata. Também o sal existe sob determinadas
regras, mas pode tornar-se acessível conforme as circunstâncias. E a lata foi
trazida para debaixo da ponte.
Debaixo da ponte os três prepararam
comida. Debaixo da ponte a comeram. Não sendo operação diária, cada um
saboreava duas vezes: a carne e a sensação de raridade da carne. E iriam
aproveitar o resto do dia dormindo (pois não há coisa melhor, depois de um
prazer, do que o prazer complementar do esquecimento), quando começaram a
sentir dores.
Dores que foram aumentando, mas
podiam ser atribuídas ao espanto de alguma parte do organismo de cada um,
vendo-se alimentado sem que lhe houvesse chegado notícia prévia de alimento.
Dois morreram logo, o terceiro agoniza no hospital. Dizem uns que morreram da
carne, dizem outros que do sal, pois era soda cáustica.
Há duas vagas debaixo da ponte.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Debaixo
da ponte. In: Obra Completa,Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1967, p.
896-897.
Debaixo da Ponte Ayrton Senna, que une o bairro de Jardim da Penha (parte continental) ao bairro Praia do Canto (na ilha) em Vitória, ES.
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