No ensaio “Outros espaços”, Michel Foucault (2001) elabora o
conceito de heterotopias, que significa o espaço do outro, espaços que
funcionam em condições não-hegemônicas, espaços que têm múltiplas camadas de
significação. Para Foucault, são nestes complexos espaços que estão contidos os
conflitos e tensões que se exercem pelas relações de poder de uma sociedade
determinada.
A pixação parece ser este espaço heterotópico, a pixação
instiga a criação de “[...] outro espaço, um outro espaço real, tão perfeito,
tão meticuloso, tão bem-arrumado quanto o nosso é desorganizado, mal-disposto e
confuso” (FOUCAULT, 2001, p. 420-421).